quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Rafael Sonic e sua poesia exaltada!

Conheci infelizmente só agora, mas ainda que felizmente conheci, as músicas de Rafael Sonic, músico daqui claro (RS), de Guaíba, e fiquei muito impressionado, o rapaz possui um acervo de discos encantador, e é ultrajante ver peças raras como ele produzindo discos incríveis e não obter o devido reconhimento. Esse papo sem retorno que todos já sabemos. Eca! Vejam e ouçam sua poesia...


Bom, tomei a liberade de postar abaixo uma entrevista de Julio Rennó (Outros Críticos) com o Rafael Sonic, para quem curte escrever, literatura e poesia, ela é bem interessante.


Qual o gosto que o ar de Guaíba tem para a sua música? É realmente uma cidade que impregna a sua arte? Como na tradição dos grandes poetas, que colhem os temas mais caros à sua poesia justamente de suas terras.

Sempre acreditei na música como um presente, para alguém, ou algo, próximo. Não acredito na arte feita pra todos. A poesia, a melodia, a pintura, está tudo ao redor.


Temos ouvido muito o disco “Histórias de quem sai de casa” (2008); quase não ouvimos outro disco seu, a nossa referência sobre o seu trabalho vem toda dele. Gostaríamos que você falasse do título do álbum: nasceu antes das canções ou é um tema que por acaso está nas músicas desse período?

Foi um título inspirado nas minhas vivências. Eu tive que sair, viver, pra compor essas músicas. Embora não fique bem claro. Mas até mesmo a nuvem que passarinho, que fala sobre a minha varanda, nasceu nas ruas.


Nas suas letras existem palavras-chaves como vento, chuva, ar, passarinho, nuvem, água, sol, poeira; há nelas uma ligação muito clara e distinta; você chega a pensar nos temas das canções à medida que as compõe? Tantas referências à natureza virgem nos devem remeter a um asco à cidade e sua violência natural?

Hoje em dia eu tenho procurado temas. Mas durante muito tempo não pensei nisso. Escrevia por instinto. E as referências a natureza foi um momento em que senti a arte em pequenos detalhes de uma vida de cidade pequena, cheia de natureza, como a minha.

rafael_ceciled2

“Livro me leva pra onde eu nunca fui”. Estes são os versos que abrem a canção “Livro”, do álbum aqui já citado; que literatura encarou a sua face à altura em que você compunha essa música, ou pelo menos, as canções do álbum do qual ela faz parte?

Sempre li bastante. Mas na verdade, como eu já disse, vejo a arte ao redor. A matéria prima de ‘Livro’ foi simplesmente uma campanha de incentivo a leitura nos bairros mais pobres aqui de Guaíba. Me pediram, e fiz, com muita alegria.


“Nuvem que passará. Nuvem que passarinho” Essa é mais uma referência à Literatura, no caso, o poema “Poeminho do Contra”, de Mário Quintana: “Todos estes que aí estão / Atravancando o meu caminho, / Eles passarão. / Eu passarinho!” É comum ao seu trabalho a poesia influir e penetrar deliberadamente por entre seus versos? Há como deter essa enxurrada? O que você pensa da influência literária, pode ser uma prisão, em certos casos?

Sim, pode ser uma prisão. Costumo ter as influências jogadas no fundo do meu subconsciente. Tenho medo de amarras, conceitos e essa coisa de "se ele fez, eu também vou fazer". 

Nuvem que passarinho - Rafael sonic
Como tem sido as suas apresentações ao vivo, tem tocado em festivais, e é fácil transpor os arranjos dos discos para os shows? Isso é uma meta ou o show não deve ser uma reprodução do disco?

O ideal é fazer tudo igual. Mas eu faço versões também. Gosto disso.


Nós deveríamos está – segundo a lei do mercado – falando sobre o seu novo disco, “Tudo De Novo. O Que é Que Tem?” Mas, como disse antes, estamos em outras canções... Você consegue perceber que para a maioria das pessoas as suas canções mais antigas podem soar como grande novidade? Como é a sua colhida para as pessoas que ouvem apenas as suas canções velhas? Há essa relação de tempo para a sua música?

É uma consequência de artista desconhecido. Não vejo problema. Quando lanço músicas, sei que isso pode acontecer, e não tenho a menor pressa.


Gostaria que você encerrasse essa nossa conversa falando sobre o “Senhor Vendedor”; quem é esse homem? É possível encontrá-lo por estas paragens?

O vendedor é um personagem que criei. Ele trabalha numa loja de sonhos. Mas não vende tempo.

Por favor senhor vendedor - Rafael Sonic by outros críticos

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Prestigiem, baixem ou pelomenos ouçam algumas de suas musicas no trama virtual. AQUI!

Por Alex Racor
Entrevista por: Júlio Rennó

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