Primeiro a tocar no palco Butantã do Lollapalooza, o gaúcho Wander Wildner começou seu show às 13h com ''Entre o céu e o inferno''. Foi uma escolha coerente com o clima do início da primeira edição brasileira do festival, por conta do verso ''O sol bate forte no meu rosto'', que abre a música.
Wander, que se descreve como um ícone do punk brega, tentou conquistar a plateia, grande parte com camisas do Foo Fighters, grupo escalado para fechar a primeira noite do evento, que acontece neste sábado (7) no Jockey Club, em São Paulo.
Com paletó e ''hablando'' portunhol durante toda hora de show, Wildner enfrentou uma resposta morna, mas encheu a frente do palco. Como o cantor competiu com a sombra fresca de duas tendas próximas, o feito é digno de nota.
Quem parecia não conhecer os versos entoados pelo ex-integrante do grupo punk Replicantes aprovou letras quase românticas como ''se pelo acaso as boas notícias não encontrar você, daí fudeu, daí fudeu''. A plateia cantou timidamente ''Bebendo vinho'', popularizada pela versão gravada pelo Ira!, mas originalmente composta e interpretada (sempre cheia de teatralidade) por Wander.
Com refrão fácil, ''Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro'' foi a mais aplaudida da apresentação, que teve bandeiras do Rio Grande do Sul e do Panamá (!?) erguidas por fãs. Já na segunda parte de show, Wander fez barulho com ''Amigo punk'', do grupo gaúcho Graforreia Xilarmônica, outra entre as bem recebidas, assim como ''Lugar do caralho''.
''Ontem foi Sexta-feira da Paixão e amanhã é Domingo de Páscoa, e é por isso que eu digo...'', anunciou o cantor, antes da música ''Jesus voltará'', a última do setlist. "Jesus Cristo vai voltar, aleluia! Em São Paulo ele vai morar, aleluia! As pessoas vão gostar, aleluia!", cantou Wander. A banda tentou (em vão) puxar mais uma música, mas a organização cortou rapidamente o som emitido pelas caixas de som. O cantor disse "gracias" e se foi.
Texto:Braulio Lorentz - G1
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